“Privacidade absoluta não existe em um mundo digital” afirma Especialista em Direito Tecnológico
Assertiva que choca em primeiro momento, o Advogado Dr. Jonatas Lucena faz questão de ressaltar que não existe uma privacidade absoluta em um mundo digital, fato que faz questão de sublinhar lembrando os recentes vazamentos sobre a operação “Lava Jato”.
Para o Especialista em Direito e Tecnologia, é pura idealização acreditar na privacidade do que digitalizamos. Em fato, o Advogado faz questão de alerta que sua assertiva não deva funcionar como um salvo-conduto a hackers e espiões que buscam roubar dados de maneira virtual, afinal, temos leis de responsabilidade civil como os artigos 186, 403 E 927 do Código Civil que visam punir criminosos cibernéticos.
A privacidade, em princípio, sempre foi objeto de preocupação. Todavia, seu grau decorre de diversos fatores – cultural, etário e econômico – e conciliar estas variáveis a questão é uma tarefa verdadeiramente complexa.
Entretanto, o Especialista em Crimes Cibernéticos, afirma que a privacidade não é um valor buscado por todos. Vaidade, desejo de popularidade e fama sempre foram em contramão ao conceito de privacidade. Na sociedade atual – com as redes sociais – o valor da superexposição trouxe à tona a democratização a quebra daquilo que era considerado privado.
O tema, no entanto, vai mais a fundo quando ponderamos a respeito de valores individuais e sociais, afinal fofocas cruzam o mundo em questão de segundo, o que para muitos é tido como regozijo, cabendo aqui o ditado popular “falem mal, mas falem de mim”.
Para o Dr. Jonatas Lucena, Especialista em Crimes de Internet, é preciso questionar e quiçá repensar o valor dado à privacidade de dados para a formulação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) aqui no Brasil. Em primeiro, porque a privacidade absoluta é utópica e demasiado impossível. Em segundo, porque o valor social da privacidade não parece ser claro, mas sim oscilante.