A interferência da inteligência artificial em nossas vidas

A interferência da inteligência artificial em nossas vidas
Constantemente vemos a evolução da inteligência artificial, que vem inicialmente com propósito de nos ajudar no nosso dia a dia, tornando nossa rotina mais fácil. Contudo, até que ponto é interessante deixar este tipo de tecnologia acompanhar nossa vida?
Grande parte das pessoas utilizam aplicativos de GPS, por exemplo, para indicar trajetos para ir a qualquer lugar, seja ao trabalho ou até mesmo uma festa. E depois de um tempo o próprio aplicativo já é capaz de saber onde é o trabalho, escola, casa de parentes, e até mesmo saber informar quantas horas você passou dentro do carro durante um mês. Tudo isso indica que por mais que não percebemos, um simples aplicativo de GPS seguiu todos os passos e sabe tudo o que fizemos.
Outro exemplo claro da interferência da inteligência artificial em nossas vidas, são os aplicativos de relacionamento, pouca gente consegue imaginar isso, mas a cada like ou deslike que é dado nas pessoas que aparecem nesses aplicativos, ele é capaz de saber o tipo de pessoa, estilo, cor, faixa etária que prefere o usuário do aplicativo, e a partir daí, a inteligência artificial passa a filtrar os “crushes” de acordo com as preferências, podendo interferir diretamente nas escolhas do usuário, ou seja, a inteligência artificial também atua como cupido.
Mas se você está achando que não é “vítima” da inteligência artificial por não fazer uso de GPS ou de aplicativos de relacionamento, sentimos em dizer que você está enganado! Certamente quem anda com um smartphone sempre por perto e comenta com um amigo, ou familiar que está precisando comprar uma máquina de lavar, por exemplo, a inteligência artificial , reunida com os demais recursos do aparelho consegue “ouvir” e entender aquilo que você deseja comprar e passa a rechear suas redes sociais e caixas de e-mail com promoções de lojas que vendem aquilo que você está precisando.
Quais são as implicações judiciais diante da inteligência artificial?
Agora, a questão que é levantada acerca de tudo isso é: quais são as implicações jurídicas que estão relacionadas à interferência da inteligência em nosso cotidiano? Infelizmente o Direito precisa ainda evoluir muito para conseguir impor limites ao relacionamento das máquinas e dos seres humanos.
Atualmente, quando há litígios relacionados ao Direito Digital, a Polícia e o Judiciário se vêem em situações complicadas, pois estes órgãos ainda “engatinham” acerca destes temas, que são de modo geral recentes a toda sociedade.
Qual o papel da Polícia nesse caso?
No caso da Polícia, ainda há departamentos que focam em questões digitais, mas no Judiciário, pensando em todo o território nacional, não há sequer uma Vara especializada em Direito Digital, o que demonstra que o Brasil precisa evoluir muito com relação ao tema.
Por isso, devemos ter em mente que a cada ano que se passa mais integrada estarão nossas vidas com o mundo digital, desde um simples eletrodoméstico a um aparelho celular, tudo estará interligado em um curto espaço de tempo e precisaremos cada vez mais tomar providências que possam garantir nossa soberania com relação às máquinas.
A Polícia e o Judiciário precisam ter pulso firme e para atuar nestes casos e concomitantemente, espera-se que o Legislativo proceda com a criação de Leis que normatizam os limites que a inteligência artificial terá sobre nós. Assim, poderemos usufruir destas tecnologias de maneira sadia, sem nos preocuparmos com nossa liberdade e privacidade.